RESENHA: ERNANI XAVIER
MÁFIA VERDE: O AMBIENTALISMO A SERVIÇO DO GOVERNO MUNDIAL
Texto de um controvertido escritor norte-americano, propondo a devastação da mata brasileira, alegando haver aqui, um intolerante “radicalismo ambientalista”.
MAIS SOBRE A COBIÇA DA AMAZÔNIA
O livro Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do Governo Mundial foi publicado pela revista-editora, Executive Intelligence Review. Consta como seu editor, Lorenzo Carrasco, seu diretor no Brasil, mas a responsabilidade intelectual pela obra é atribuída ao empresário norte-americano Lyndon LaRouche, proprietário da Revista. Dono também de idéias controvertidas e contestadas por facções ambientalistas do mundo inteiro. O texto denuncia fortemente o que há um “viciado radicalismo ambientalista imposto ao Brasil, com conivência do Governo Federal”. Sustenta que no Brasil, a própria palavra “madeireiro” virou sinônimo de criminoso. Em decorrência disso e através de uma “intensa lavagem cerebral promovida por um catastrofismo ambientalista que faz acreditar que as atividades humanas, principalmente as industriais, estão levando o mundo a um beco sem saída ambiental”. Argumenta se tratar de uma guerra (entraves) contra o desenvolvimento (não só o econômico, mas principalmente o desenvolvimento social) e a soberania nacional. Chegando a ser uma calamidade social, pois, além das pessoas que estão sendo desempregadas apenas nas cadeias produtivas florestais, agregam-se os outros setores produtivos diretamente afetados pelo radicalismo ambientalista-indigenista e os milhões de empregos que se estão deixando de produzir nas incontáveis obras de infra-estrutura paralisadas por exigências ambientais disparatadas e um irracionalismo que não responde às necessidades nacionais e pelas pressões internacionais dos grupos que agendam a pauta das principais ONGs no país. Defende também que as políticas ambientalistas de Lula não passam de miragem para enganar incautos que ainda restam dentro do próprio setor florestal. Destacando-se políticas de perseguição contra o setor madeireiro, que só confirmaram o alinhamento incondicional ao ambientalismo internacional, passando por cima do próprio Congresso Nacional. O editor do livro, Lorenzo Carrasco, subordinado do senhor Lyndon LaRouche, sendo aqui seu chefe-de-escritório desde 1985, foi convocado para depor na CPI das ONG´s do Senado Federal. Mas, não foi só isso que as idéias contidas no seu livro suscitaram. Despertaram a ira do Fundo Mundial para a Natureza, o WWF, tida como a principal ONG ambientalista do mundo, que insurgiu-se contra tais argumentos e proveu ações judiciais para impedir que o livro fosse vendido, pois, atinge a sua imagem institucional. A ação foi impetrada pelo escritório de advocacia Barbosa, Müssnich e Aragão, do qual um dos sócios, Francisco Müssnich (envolvido no escândalo de espionagem do Banco Opportunity, de seu cunhado Daniel Dantas), ocupava um lugar na diretoria do WWF-Brasil, tida no texto como controladora de grupos oligárquicos que manipulam o poder econômico do "Governo Mundial". No livro, os autores apontam que a Rede Globo de Televisão tem aderido às campanhas ambientalistas da WWF-Brasil, sendo que, até há pouco tempo, José Roberto Marinho, vice-presidente da Fundação Roberto Marinho, era o seu Presidente no Brasil. De qualquer modo, a controvérsia está sob judice. De um lado, dissimulados protetores dos madeireiros, do delito ambiental e da exaustão sem limites dos recursos nacionais. De outro, uma ONG multinacional que vive das benesses do capital mundial sob o pretexto de proteger o que não lhe pertence. No meio, a natureza nacional (e mundial), cada vez mais desprotegida.
Lyndon LaRouche, Rio de Janeiro:Executive Intelligence Review, 2007, 137 p.
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terça-feira, 26 de agosto de 2008
UMA DEMÃO DE VERDE: OS LAÇOS ENTRE GRUPOS AMBIENTAIS
RESENHA:
Ernani Xavier
UMA DEMÃO DE VERDE: OS LAÇOS ENTRE GRUPOS AMBIENTAIS
ELAINE DEWAR
Denúncia de manobras arrecadadoras de recursos por ONGs ambientalistas supostamente dedicadas á preservação das matas e dos mananciais.
LAÇOS SÓRDIDOS: NEGÓCIOS ESCUSOS
A autora de “Uma Demão de Verde: Os Laços entre Grupos Ambientais” a jornalista canadense Elaine Dewar oferece na realidade uma bem fundamentada denúncia. O tema é ambientalismo e ela é do meio. Não sendo um discurso engajado é um relato baseado em informações que inspiram credibilidade. Buscando realizar pesquisas de uma das mais importantes “nações” indígenas do Brasil, os Caiapós, suas primeiras presunções foram alteradas. Em vez de grupo carente de apoio de ONGs mantidas por órgãos internacionais, a repórter se deparou com uma “organização” solidamente evangelizada por modernas doutrinas comerciais de alcance mundial, explorando ouro e madeira da sua reserva. Descobriu que por aí passava uma “trilha de milhões e milhões de dólares, em um circuito que integrava agências governamentais, fundações e empresas privadas, organizações não-governamentais, e ativistas ambientais e indigenistas, que se empenhavam em influenciar as políticas públicas em três continentes”. A leitura de “Uma Demão de Verde” possibilita entender os meandros da construção da própria Constituição do Brasil pode ser fortemente manipulada por uma intrincada rede de poder que influenciou a sua própria redação. Na Constituição de 88 consta com clareza, que teriam de haver reservas onde ninguém pudesse entrar. Por trás das linhas dá muito bem para se acrescentar, a partir do texto da repórter canadense, a não ser quem tenha sintonia fina com interesses comuns de políticos-empresários, donos de ONGs e grupos nativos.Um exemplo citado pela autora é a ONG, Instituto de Pré-História, Antropologia e Ecologia (IPHAE), de propriedade de Wim Groeneveld, sediada em Porto Velho-RO. O texto-reportagem mostra convincentemente a rede intrincada que une com laços consistentes, o governo americano, canadense, inglês e japonês, e como estes mexem com ONGs, políticos, empresas como é o caso do Brascan, Vale do Rio Doce, Institutos, Fundações como a Chico Mendes e comunidades indígenas para a movimentação de milhões de dólares. Nada mais oportuno o conteúdo do livro “Uma Demão de Verde" para entender como os países ricos escrevem as políticas e as políticas públicas brasileiras e ostentam a fragilidade da exacerbadamente apregoada soberania nacional. Uma fantasia, um delírio. Tem razão Augusto Heleno, o general contestado, ao apontar a força dos espúrios "interesses" internacionais pela Amazônia. Da mesma forma em que o texto mostra exploração econômica da Amazônia por parte de ONG’s estrangeiras, ou brasileiras financiadas do exterior, inclusive por governos e multinacionais, á revelia ou contraditórias ao desenvolvimento do agro negócio brasileiro. Ficam evidentes os autênticos laços entre grupos ambientais, governos e grandes negócios". Ela relata a forma espúria de como foram conseguidos recursos para o encontro de 1989. Segundo ela, o histórico encontro de Altamira foi sustentado por negócios ilegais de ouro e madeira realizados pelos índios Caiapós, e não por sustentação externa como apregoado na época. O texto levanta muitas outras denúncias tendo o Brasil como espaço nuclear da trama que tem aspectos de literatura de suspense. Elaine Dewar por várias vezes, recebeu o Nacional Magazine Award, um dos mais prestigiosos prêmios jornalísticos do Canadá. Escreveu vários documentários, sendo que, com “Chimeras and Quests for Imortality”(2004) recebeu o Nereus Writers’s Trust Non-Fiction Prize, concedido anualmente á melhor obra de não-ficção de um autor canadense. Segue a linha do livro Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do “Governo Mundial”, publicado pela Executive Intelligence Review, a revista de inteligência internacional fundada pelo economista estadunidense Lyndon LaRouche. Bem como se vê, a agonia do planeta suscita o oportunismo das mega corporações e dos governos mundiais.
http://planetalivros.blogspot.com/
http://pt.shvoong.com/writers/ernani_xavier/DEWAR, Elaine. Rio de Janeiro: Editora CAPAX DEI, 2007, 528 pp.
(ISBN 978-85-98059-07-5).
Ernani Xavier
UMA DEMÃO DE VERDE: OS LAÇOS ENTRE GRUPOS AMBIENTAIS
ELAINE DEWAR
Denúncia de manobras arrecadadoras de recursos por ONGs ambientalistas supostamente dedicadas á preservação das matas e dos mananciais.
LAÇOS SÓRDIDOS: NEGÓCIOS ESCUSOS
A autora de “Uma Demão de Verde: Os Laços entre Grupos Ambientais” a jornalista canadense Elaine Dewar oferece na realidade uma bem fundamentada denúncia. O tema é ambientalismo e ela é do meio. Não sendo um discurso engajado é um relato baseado em informações que inspiram credibilidade. Buscando realizar pesquisas de uma das mais importantes “nações” indígenas do Brasil, os Caiapós, suas primeiras presunções foram alteradas. Em vez de grupo carente de apoio de ONGs mantidas por órgãos internacionais, a repórter se deparou com uma “organização” solidamente evangelizada por modernas doutrinas comerciais de alcance mundial, explorando ouro e madeira da sua reserva. Descobriu que por aí passava uma “trilha de milhões e milhões de dólares, em um circuito que integrava agências governamentais, fundações e empresas privadas, organizações não-governamentais, e ativistas ambientais e indigenistas, que se empenhavam em influenciar as políticas públicas em três continentes”. A leitura de “Uma Demão de Verde” possibilita entender os meandros da construção da própria Constituição do Brasil pode ser fortemente manipulada por uma intrincada rede de poder que influenciou a sua própria redação. Na Constituição de 88 consta com clareza, que teriam de haver reservas onde ninguém pudesse entrar. Por trás das linhas dá muito bem para se acrescentar, a partir do texto da repórter canadense, a não ser quem tenha sintonia fina com interesses comuns de políticos-empresários, donos de ONGs e grupos nativos.Um exemplo citado pela autora é a ONG, Instituto de Pré-História, Antropologia e Ecologia (IPHAE), de propriedade de Wim Groeneveld, sediada em Porto Velho-RO. O texto-reportagem mostra convincentemente a rede intrincada que une com laços consistentes, o governo americano, canadense, inglês e japonês, e como estes mexem com ONGs, políticos, empresas como é o caso do Brascan, Vale do Rio Doce, Institutos, Fundações como a Chico Mendes e comunidades indígenas para a movimentação de milhões de dólares. Nada mais oportuno o conteúdo do livro “Uma Demão de Verde" para entender como os países ricos escrevem as políticas e as políticas públicas brasileiras e ostentam a fragilidade da exacerbadamente apregoada soberania nacional. Uma fantasia, um delírio. Tem razão Augusto Heleno, o general contestado, ao apontar a força dos espúrios "interesses" internacionais pela Amazônia. Da mesma forma em que o texto mostra exploração econômica da Amazônia por parte de ONG’s estrangeiras, ou brasileiras financiadas do exterior, inclusive por governos e multinacionais, á revelia ou contraditórias ao desenvolvimento do agro negócio brasileiro. Ficam evidentes os autênticos laços entre grupos ambientais, governos e grandes negócios". Ela relata a forma espúria de como foram conseguidos recursos para o encontro de 1989. Segundo ela, o histórico encontro de Altamira foi sustentado por negócios ilegais de ouro e madeira realizados pelos índios Caiapós, e não por sustentação externa como apregoado na época. O texto levanta muitas outras denúncias tendo o Brasil como espaço nuclear da trama que tem aspectos de literatura de suspense. Elaine Dewar por várias vezes, recebeu o Nacional Magazine Award, um dos mais prestigiosos prêmios jornalísticos do Canadá. Escreveu vários documentários, sendo que, com “Chimeras and Quests for Imortality”(2004) recebeu o Nereus Writers’s Trust Non-Fiction Prize, concedido anualmente á melhor obra de não-ficção de um autor canadense. Segue a linha do livro Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do “Governo Mundial”, publicado pela Executive Intelligence Review, a revista de inteligência internacional fundada pelo economista estadunidense Lyndon LaRouche. Bem como se vê, a agonia do planeta suscita o oportunismo das mega corporações e dos governos mundiais.
http://planetalivros.blogspot.com/
http://pt.shvoong.com/writers/ernani_xavier/DEWAR, Elaine. Rio de Janeiro: Editora CAPAX DEI, 2007, 528 pp.
(ISBN 978-85-98059-07-5).
quarta-feira, 23 de abril de 2008
O SILÊNCIO DOS AMANTES
RESENHA
Ernani Xavier
UM TRATADO SOBRE A INCOMUNICABILIDADE
O silêncio dos amantes marca uma volta de Lya Luft ao gênero da ficção. São vinte contos que, em essência, tratam da intercomunicação pessoal-amorosa, mexe com aquilo que os amantes deixam de expressar e perceber entre si. Para a autora as conseqüências deste bloqueio são as mais terríveis e invariavelmente causa de muitas separações. “Quando meu filho tão querido sumiu... matou-se... Essa foi a sua verdadeira morte: nossa relação tão especial era mentira. A boa vida familiar era falsa. Andávamos sobre uma camada fina de normalidade. Por baixo corriam rios de sombra que eu não queria ver. Ele, meu filho tão extraordinariamente amado, era irremediavelmente sozinho - eu, que me considerava a melhor das mães, de nada adiantei....” Trecho do conto A Pedra da Bruxa, conto que abre o livro. A figura do Pai, neste conto, quase sempre “atrasado” por motivos de compromissos, adia uma conversa com o filho mais novo – com quem nunca mais terá a oportunidade de falar, pois o menino desaparece misteriosamente. O mistério é componente importante neste e noutras ficções de Lya. Nos seus contos, a autora traz á superfície as trágicas dificuldades da comunicação familiar. Já em Perdas & Ganhos que a escritora se tornou sucesso em vendas. Também neste seu trabalho ela examina com certa informalidade e profundidade os mistérios dos relacionamentos humanos. Examinando a sua obra Perdas & Ganhos, que foi lançada em 2003, foram vendidos 600 000 exemplares. Foi seguido por Pensar É Transgredir, com 215 000. Lya estreou como romancista nos anos 80, com dramas familiares densos como Reunião de Família – livros de vendagem bem mais discreta, mas com o mesmo repertório de temas que a autora persegue de forma obsessiva. Sua última obra ficcional foi O Ponto Cego, romance de 1999. A incomunicabilidade é o núcleo textual de O Silêncio dos Amantes. Aqui, em várias histórias, os personagens, premidos pelas exigências do dia-a-dia, evitam travar diálogos que teriam o potencial até mesmo de salvar a vida de uma pessoa amada. O material de Lya é caracterizado por uma tristeza imensamente trágica. Ousada, a autora incursiona pelos temas mais dolorosos, como o suicídio infantil. Mas esse não é um livro desesperançado. O conto-título, que fecha O Silêncio dos Amantes, retrata um casal que consegue reconstruir a vida e reencontrar uma precária felicidade depois de ser afligido pelas piores circunstâncias de vida. “Estou aprendendo a ser feliz outra vez” o personagem diz em certa passagem. E noutra, “Sem que eu soubesse, as coisas não ditas haviam crescido como cogumelos venenosos nas paredes do silêncio, enquanto ele ficava acordado na cama, fitando o teto, com o branco dos olhos reluzindo na penumbra. Se eu interrogava, o que você tem amor? Ele respondia que não era nada, estava pensando no trabalho. A gente sabia que era mentira, ele sabia que eu sabia, mas nenhum de nós rompeu aquele acordo sem palavras. Nunca imaginei o mal que o roia”. Este pedaço do texto reflete a essência do trabalho de Lya: a incomunicabilidade e o silêncio entre pessoas que se amam ou deviam se amar, os conflitos familiares, a busca de um sentido da vida, rancores, incompreensão, mas também magia e amor nos relacionamentos. São palavras da autora: “Um casal supera as dores do passado e encontra um novo caminho bastante singular; a rotina não permite enxergar o drama de quem está ao nosso lado; a mágoa e a revolta explodem numa libertação violenta; o preconceito em relação ao diferente pode ser mortal; a superficialidade impede de viver um verdadeiro amor; a morte revela o valor da vida: todos somos tocados pelo mistério. Com coragem e delicadeza, Lya Luft nos provoca a vermos sob um novo prisma o nosso cotidiano, pressentindo a imprevisibilidade, que o torna mais rico”. O ser humano, com toda a miséria e grandeza que isso significa, não é apenas precisar de amparo e consolo, mas também enxergar, abaixo da superfície e atrás das paredes, novas possibilidades de viver e se relacionar”.
LYA LUFT, O SILÊNCIO DOS AMANTES. ED. RECORD, 2008, 160 PÁGS. relações humanas, incomunicabilidade, tragédias familiares
Ernani Xavier
UM TRATADO SOBRE A INCOMUNICABILIDADE
O silêncio dos amantes marca uma volta de Lya Luft ao gênero da ficção. São vinte contos que, em essência, tratam da intercomunicação pessoal-amorosa, mexe com aquilo que os amantes deixam de expressar e perceber entre si. Para a autora as conseqüências deste bloqueio são as mais terríveis e invariavelmente causa de muitas separações. “Quando meu filho tão querido sumiu... matou-se... Essa foi a sua verdadeira morte: nossa relação tão especial era mentira. A boa vida familiar era falsa. Andávamos sobre uma camada fina de normalidade. Por baixo corriam rios de sombra que eu não queria ver. Ele, meu filho tão extraordinariamente amado, era irremediavelmente sozinho - eu, que me considerava a melhor das mães, de nada adiantei....” Trecho do conto A Pedra da Bruxa, conto que abre o livro. A figura do Pai, neste conto, quase sempre “atrasado” por motivos de compromissos, adia uma conversa com o filho mais novo – com quem nunca mais terá a oportunidade de falar, pois o menino desaparece misteriosamente. O mistério é componente importante neste e noutras ficções de Lya. Nos seus contos, a autora traz á superfície as trágicas dificuldades da comunicação familiar. Já em Perdas & Ganhos que a escritora se tornou sucesso em vendas. Também neste seu trabalho ela examina com certa informalidade e profundidade os mistérios dos relacionamentos humanos. Examinando a sua obra Perdas & Ganhos, que foi lançada em 2003, foram vendidos 600 000 exemplares. Foi seguido por Pensar É Transgredir, com 215 000. Lya estreou como romancista nos anos 80, com dramas familiares densos como Reunião de Família – livros de vendagem bem mais discreta, mas com o mesmo repertório de temas que a autora persegue de forma obsessiva. Sua última obra ficcional foi O Ponto Cego, romance de 1999. A incomunicabilidade é o núcleo textual de O Silêncio dos Amantes. Aqui, em várias histórias, os personagens, premidos pelas exigências do dia-a-dia, evitam travar diálogos que teriam o potencial até mesmo de salvar a vida de uma pessoa amada. O material de Lya é caracterizado por uma tristeza imensamente trágica. Ousada, a autora incursiona pelos temas mais dolorosos, como o suicídio infantil. Mas esse não é um livro desesperançado. O conto-título, que fecha O Silêncio dos Amantes, retrata um casal que consegue reconstruir a vida e reencontrar uma precária felicidade depois de ser afligido pelas piores circunstâncias de vida. “Estou aprendendo a ser feliz outra vez” o personagem diz em certa passagem. E noutra, “Sem que eu soubesse, as coisas não ditas haviam crescido como cogumelos venenosos nas paredes do silêncio, enquanto ele ficava acordado na cama, fitando o teto, com o branco dos olhos reluzindo na penumbra. Se eu interrogava, o que você tem amor? Ele respondia que não era nada, estava pensando no trabalho. A gente sabia que era mentira, ele sabia que eu sabia, mas nenhum de nós rompeu aquele acordo sem palavras. Nunca imaginei o mal que o roia”. Este pedaço do texto reflete a essência do trabalho de Lya: a incomunicabilidade e o silêncio entre pessoas que se amam ou deviam se amar, os conflitos familiares, a busca de um sentido da vida, rancores, incompreensão, mas também magia e amor nos relacionamentos. São palavras da autora: “Um casal supera as dores do passado e encontra um novo caminho bastante singular; a rotina não permite enxergar o drama de quem está ao nosso lado; a mágoa e a revolta explodem numa libertação violenta; o preconceito em relação ao diferente pode ser mortal; a superficialidade impede de viver um verdadeiro amor; a morte revela o valor da vida: todos somos tocados pelo mistério. Com coragem e delicadeza, Lya Luft nos provoca a vermos sob um novo prisma o nosso cotidiano, pressentindo a imprevisibilidade, que o torna mais rico”. O ser humano, com toda a miséria e grandeza que isso significa, não é apenas precisar de amparo e consolo, mas também enxergar, abaixo da superfície e atrás das paredes, novas possibilidades de viver e se relacionar”.
LYA LUFT, O SILÊNCIO DOS AMANTES. ED. RECORD, 2008, 160 PÁGS. relações humanas, incomunicabilidade, tragédias familiares
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
QUITOSANA - A FIBRA DO FUTURO
RESENHA
Ernani Xavier
O BRASIL DITA O FUTURO
O livro do Cientista cearense Alexandre Craveiro “Quitosana – a fibra do futuro” é uma comunicação científica sobre a fibra quitosana. Diz que ela é de origem animal, que possui uma vasta gama de aplicações que abrange desde efluentes industriais até a alimentação (perda de peso e funcionamento intestinal, redução do colesterol), área farmacêutica (como matéria-prima na confecção de fios cirúrgicos). O livro de Craveiro aborda ainda as aplicações biotecnológicas e os estudos clínicos que realizou. A quitosana é mostrada como uma fibra natural que elimina gordura, reduz os níveis de mau colesterol (colesterol LDL) e ácido úrico, previne o câncer de cólon e próstata, sendo ainda um excelente agente antiácido, antibacteriano e cicatrizante. Esta fibra é derivada da quitina, polímero abundante na natureza que só perde em quantidade para a celulose, que é uma fibra vegetal que atua como componente estrutural das plantas. A quitina, um componente estrutural das carapaças de crustáceos (notadamente camarão, lagosta e caranguejo) é biosintetizada em grande escala na natureza por processos enzimáticos no denominado “ciclo da quitina”. A quitosana, produzida a partir da quitina por processos enzimáticos ou por uma reação química denominada desacetilação, passa a ser uma das poucas fibras naturais solúveis em meio ácidos. Uma vez ingerida, a quitosana é solubilizada no estômago, formando um gel quimicamente ativo, em função dos grupamentos amino presentes na sua estrutura. Este gel eletrostaticamente carregado tem a propriedade de atrair e se ligar à gordura ingerida na alimentação, formando um complexo quitosana-gordura, que evita a ação das lipases (enzimas que metabolizam os lipídios), impedindo desse modo a sua consequente absorção (da gordura) pelo organismo. Cada grama de quitosana ingerida tem capacidade de capturar e eliminar até 8 gramas de gordura ingerida (aproximadamente 80 calorias). Além disso, a quitosana através de seus grupos aminos livres possui a capacidade de se ligar aos ácidos biliares do sistema digestivo excretando-os nas fezes. Os ácidos biliares, substâncias componentes da bile, são essenciais ao processo digestivo. O problema dos ácidos biliares é que eles são recicláveis, por isso, reaproveitados pelo organismo após a digestão, através da reabsorção pelo trato intestinal retornando ao fígado completando assim um ciclo no organismo denominado de circulação entero-hepática. A presença excessiva desses ácidos no intestino está relacionado ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como o de cólon e de próstata. Na medida em que se liga aos ácidos biliares em excesso, exerce um duplo efeito benéfico: evita a presença desses ácidos livres no intestino prevenindo o câncer e simultaneamente ativa o fígado para produzir mais ácidos biliares, reduzindo os níveis do mau colesterol (colesterol LDL) no organismo, segundo o cientista. Um dos livros mais vendidos nos Estados unidos “The Fat Blocker Diet”, publicado em 97, os autores propõem dietas de sucesso para controle e redução de peso onde o componente-chave é a quitosana. De acordo com o programa proposto pelo estudo, é possível cortar da alimentação até 25 gramas de gordura por dia, ou seja, algo em torno de 230 calorias. A maior parte da gordura e conseqüentemente a caloria contida nestes alimentos é eliminada do organismo por este maravilhoso polímero natural. No Japão, a quitosana está sendo o tratamento indicado por mais de 10.000 médicos nutricionistas. A quitosana tem sido aí indicada para a regeneração de tecidos, prevenção de metástase, bronquite asmática, desordens oculares e hepáticas, e até na produção de cosméticos para proteção, hidratação e rejuvenescimento da pele. Aqui no Brasil, o PADETEC – Parque de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Federal do Ceará, desenvolveu a tecnologia. A Polymar, empresa presidida por Alexandre Craveiro detém os direitos de fabricação de suplemento alimentar utilizando princípios ativos da quitosana, o produto FYBERSAN.
Alexandre Cabral Craveiro. Quitosana, A Fibra do Futuro. Fortaleza: Padetec, 2007.
Palavras-chave:suplemento alimentar, prevenção do câncer, gestão do peso e da massa corporal
http://planetalivros.blogspot.com/
http://www.Shvoong.com/writers/ernani_xavier
Ernani Xavier
O BRASIL DITA O FUTURO
O livro do Cientista cearense Alexandre Craveiro “Quitosana – a fibra do futuro” é uma comunicação científica sobre a fibra quitosana. Diz que ela é de origem animal, que possui uma vasta gama de aplicações que abrange desde efluentes industriais até a alimentação (perda de peso e funcionamento intestinal, redução do colesterol), área farmacêutica (como matéria-prima na confecção de fios cirúrgicos). O livro de Craveiro aborda ainda as aplicações biotecnológicas e os estudos clínicos que realizou. A quitosana é mostrada como uma fibra natural que elimina gordura, reduz os níveis de mau colesterol (colesterol LDL) e ácido úrico, previne o câncer de cólon e próstata, sendo ainda um excelente agente antiácido, antibacteriano e cicatrizante. Esta fibra é derivada da quitina, polímero abundante na natureza que só perde em quantidade para a celulose, que é uma fibra vegetal que atua como componente estrutural das plantas. A quitina, um componente estrutural das carapaças de crustáceos (notadamente camarão, lagosta e caranguejo) é biosintetizada em grande escala na natureza por processos enzimáticos no denominado “ciclo da quitina”. A quitosana, produzida a partir da quitina por processos enzimáticos ou por uma reação química denominada desacetilação, passa a ser uma das poucas fibras naturais solúveis em meio ácidos. Uma vez ingerida, a quitosana é solubilizada no estômago, formando um gel quimicamente ativo, em função dos grupamentos amino presentes na sua estrutura. Este gel eletrostaticamente carregado tem a propriedade de atrair e se ligar à gordura ingerida na alimentação, formando um complexo quitosana-gordura, que evita a ação das lipases (enzimas que metabolizam os lipídios), impedindo desse modo a sua consequente absorção (da gordura) pelo organismo. Cada grama de quitosana ingerida tem capacidade de capturar e eliminar até 8 gramas de gordura ingerida (aproximadamente 80 calorias). Além disso, a quitosana através de seus grupos aminos livres possui a capacidade de se ligar aos ácidos biliares do sistema digestivo excretando-os nas fezes. Os ácidos biliares, substâncias componentes da bile, são essenciais ao processo digestivo. O problema dos ácidos biliares é que eles são recicláveis, por isso, reaproveitados pelo organismo após a digestão, através da reabsorção pelo trato intestinal retornando ao fígado completando assim um ciclo no organismo denominado de circulação entero-hepática. A presença excessiva desses ácidos no intestino está relacionado ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como o de cólon e de próstata. Na medida em que se liga aos ácidos biliares em excesso, exerce um duplo efeito benéfico: evita a presença desses ácidos livres no intestino prevenindo o câncer e simultaneamente ativa o fígado para produzir mais ácidos biliares, reduzindo os níveis do mau colesterol (colesterol LDL) no organismo, segundo o cientista. Um dos livros mais vendidos nos Estados unidos “The Fat Blocker Diet”, publicado em 97, os autores propõem dietas de sucesso para controle e redução de peso onde o componente-chave é a quitosana. De acordo com o programa proposto pelo estudo, é possível cortar da alimentação até 25 gramas de gordura por dia, ou seja, algo em torno de 230 calorias. A maior parte da gordura e conseqüentemente a caloria contida nestes alimentos é eliminada do organismo por este maravilhoso polímero natural. No Japão, a quitosana está sendo o tratamento indicado por mais de 10.000 médicos nutricionistas. A quitosana tem sido aí indicada para a regeneração de tecidos, prevenção de metástase, bronquite asmática, desordens oculares e hepáticas, e até na produção de cosméticos para proteção, hidratação e rejuvenescimento da pele. Aqui no Brasil, o PADETEC – Parque de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Federal do Ceará, desenvolveu a tecnologia. A Polymar, empresa presidida por Alexandre Craveiro detém os direitos de fabricação de suplemento alimentar utilizando princípios ativos da quitosana, o produto FYBERSAN.
Alexandre Cabral Craveiro. Quitosana, A Fibra do Futuro. Fortaleza: Padetec, 2007.
Palavras-chave:suplemento alimentar, prevenção do câncer, gestão do peso e da massa corporal
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AS CORES DA LONGEVIDADE
RESENHA
Ernani Xavier
PARAR DE ENVELHECER
Alexandre Craveiro, professor da Universidade Federal de Fortaleza, escreveu este texto científico, sobre a possibilidade de se prolongar a vida humana, “As Cores da Longevidade”. Segundo o autor, “existem várias teorias para compreender e explicar o processo biológico do envelhecimento humano, entre as quais: Restrição Calórica, Mutações, Envelhecimento Programado, Síntese de Proteínas Defeituosas e Mecanismos de Reparação”. Para o autor, a mais abrangente, e uma das mais aceita pela comunidade cientifica, é a teoria do envelhecimento como conseqüência da ação nociva dos compostos conhecidos como radicais livres. Segundo essa teoria, o envelhecimento e as doenças degenerativas a ele associadas, são resultado de alterações moleculares e lesões celulares provocadas por radicais livres. Segundo essa teoria, o processo de envelhecimento se deve a um somatório das reações prejudiciais dos radicais livres que se processam continuamente em todas as células e tecidos do organismo humano. Os radicais livres, segundo Craveiro, são substâncias perigosas capazes de atacar outras moléculas do nosso corpo, como proteínas, carboidratos, lipídeos e o DNA, causando danos e alterando as suas estruturas. Estas espécies oxigenadas são geradas continuamente no organismo desde os primeiros momentos de gestação até o final da vida. Uma questão crucial é que até a meia idade (por volta dos 45 anos de idade), o organismo consegue neutralizar o excedente de radicais livres formados. Desta forma, começam a ocorrer lesões de célula a célula, tecidos e órgãos até chegar à degeneração celular, acarretando doenças, envelhecimento e problemas relacionados à terceira idade. Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, o envelhecimento pode ser considerado uma doença. Segundo esta teoria, o fenômeno do envelhecimento é conseqüência dos danos oxidativos que ocorrem no interior da mitocôndria ao longo do tempo,pois, o nível de estresse oxidativo é um fator essencial para determinar a idade ou o “grau de envelhecimento” do organismo. Em outras palavras, segundo esse conceito, a idade de uma pessoa deve ser medida ou representada pelo nível de oxidação do organismo e não em anos, como se convencionou medir. Pesquisadores da Polymar, empresa cearense empresa cearense de base tecnológica, em parceria com o Padetec, desenvolveram um teste para determinar o grau de estresse oxidativo de qualquer pessoa, através de um procedimento simples. É um teste rápido, prático e eficaz, podendo ser realizado em qualquer lugar. O resultado pode ser obtido em menos de cinco minutos e possui uma precisão bem maior do que o exame sanguíneo. Enfim, a maioria dos estudos revela que a alimentação é um fator fundamental para o controle da produção de radicais livres, pois existe uma gama de substâncias naturais com poderosas atividades antioxidantes, conhecidas como fotoquímicos. Craveiro afirma que “O envelhecimento é um processo oxidativo provocado por alterações moleculares e celulares, resultantes da ação destrutiva dos radicais livres em nosso organismo e pode ser retardado”. Craveiro, em seu livro, assegura que, conseguiremos “parar” o processo de envelhecimento. E que as cores da longevidade são aquelas dos produtos naturais (frutas, verduras ou suplementos que os substituam). Assim, não simplesmente se prolongará a vida, mas o o tempo de vida saudável, algo que já começa a acontecer, pois as pessoas com mais de 70 anos levam uma vida mais ativa que as da mesma faixa de idade das gerações anteriores. E cita Aubrey de Grey, gerontólogo biomédico da Universidade de Cambridge que preconiza que “A primeira pessoa que viverá até os mil anos de idade já nasceu”.
Alexandre Cabral Craveiro é Bacharel em Química e Doutor em Síntese Orgânica pela UFC, Pesquisador do PADETEC – Parque de Desenvolvimento Tecnológico, Campus do Pici – UFC e autor de diversos outros livros.
Alexandre Craveiro. As Cores Da Longevidade. Fortaleza:Padetec, 2007.
Palavras-chave: longevidade, radicais livres, intoxicação do organismo
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Ernani Xavier
PARAR DE ENVELHECER
Alexandre Craveiro, professor da Universidade Federal de Fortaleza, escreveu este texto científico, sobre a possibilidade de se prolongar a vida humana, “As Cores da Longevidade”. Segundo o autor, “existem várias teorias para compreender e explicar o processo biológico do envelhecimento humano, entre as quais: Restrição Calórica, Mutações, Envelhecimento Programado, Síntese de Proteínas Defeituosas e Mecanismos de Reparação”. Para o autor, a mais abrangente, e uma das mais aceita pela comunidade cientifica, é a teoria do envelhecimento como conseqüência da ação nociva dos compostos conhecidos como radicais livres. Segundo essa teoria, o envelhecimento e as doenças degenerativas a ele associadas, são resultado de alterações moleculares e lesões celulares provocadas por radicais livres. Segundo essa teoria, o processo de envelhecimento se deve a um somatório das reações prejudiciais dos radicais livres que se processam continuamente em todas as células e tecidos do organismo humano. Os radicais livres, segundo Craveiro, são substâncias perigosas capazes de atacar outras moléculas do nosso corpo, como proteínas, carboidratos, lipídeos e o DNA, causando danos e alterando as suas estruturas. Estas espécies oxigenadas são geradas continuamente no organismo desde os primeiros momentos de gestação até o final da vida. Uma questão crucial é que até a meia idade (por volta dos 45 anos de idade), o organismo consegue neutralizar o excedente de radicais livres formados. Desta forma, começam a ocorrer lesões de célula a célula, tecidos e órgãos até chegar à degeneração celular, acarretando doenças, envelhecimento e problemas relacionados à terceira idade. Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, o envelhecimento pode ser considerado uma doença. Segundo esta teoria, o fenômeno do envelhecimento é conseqüência dos danos oxidativos que ocorrem no interior da mitocôndria ao longo do tempo,pois, o nível de estresse oxidativo é um fator essencial para determinar a idade ou o “grau de envelhecimento” do organismo. Em outras palavras, segundo esse conceito, a idade de uma pessoa deve ser medida ou representada pelo nível de oxidação do organismo e não em anos, como se convencionou medir. Pesquisadores da Polymar, empresa cearense empresa cearense de base tecnológica, em parceria com o Padetec, desenvolveram um teste para determinar o grau de estresse oxidativo de qualquer pessoa, através de um procedimento simples. É um teste rápido, prático e eficaz, podendo ser realizado em qualquer lugar. O resultado pode ser obtido em menos de cinco minutos e possui uma precisão bem maior do que o exame sanguíneo. Enfim, a maioria dos estudos revela que a alimentação é um fator fundamental para o controle da produção de radicais livres, pois existe uma gama de substâncias naturais com poderosas atividades antioxidantes, conhecidas como fotoquímicos. Craveiro afirma que “O envelhecimento é um processo oxidativo provocado por alterações moleculares e celulares, resultantes da ação destrutiva dos radicais livres em nosso organismo e pode ser retardado”. Craveiro, em seu livro, assegura que, conseguiremos “parar” o processo de envelhecimento. E que as cores da longevidade são aquelas dos produtos naturais (frutas, verduras ou suplementos que os substituam). Assim, não simplesmente se prolongará a vida, mas o o tempo de vida saudável, algo que já começa a acontecer, pois as pessoas com mais de 70 anos levam uma vida mais ativa que as da mesma faixa de idade das gerações anteriores. E cita Aubrey de Grey, gerontólogo biomédico da Universidade de Cambridge que preconiza que “A primeira pessoa que viverá até os mil anos de idade já nasceu”.
Alexandre Cabral Craveiro é Bacharel em Química e Doutor em Síntese Orgânica pela UFC, Pesquisador do PADETEC – Parque de Desenvolvimento Tecnológico, Campus do Pici – UFC e autor de diversos outros livros.
Alexandre Craveiro. As Cores Da Longevidade. Fortaleza:Padetec, 2007.
Palavras-chave: longevidade, radicais livres, intoxicação do organismo
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domingo, 10 de fevereiro de 2008
O BEIJO DA MORTE
RESENHA
Ernani Xavier
OS CRIMES DOS GENERAIS
O livro “O Beijo da Morte” dos autores Carlos Heitor Cony e Anna Lee, é um romance-reportagem que trata de mortes misteriosas de grandes políticos brasileiros e até mesmo latino-americanos, entre os quais JK, Jango e Lacerda. Segundo os autores, historiadores, estes políticos teriam sido vítimas de conspiração política internacional. De qualquer modo tais fatos ainda estão obscurecidos por falta de dados concretos verificáveis juridicamente. Enfim, quais são as reais circunstâncias em que morreram estes três grandes nomes, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Carlos Lacerda? O livro é uma excelente reportagem. Ambos os repórteres são muito respeitados como jornalistas e como historiadores o que ajuda a crer que tais circunstâncias podem muito bem ser dignas igualmente de credibilidade. Esta, portanto, pode superar em muito a ficção a que se lhe atribui. Como explica Cony, “Apesar das provas existentes, que dão como natural a morte dos três líderes, sempre duvidei das conclusões oficiais, e não apenas nesse assunto, mas na história em geral, que é uma sucessão de casos obscuros e mal resolvidos." Cony e Anna entrevistaram dezenas de pessoas, no Rio, em São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Montevidéu. Examinaram habbeas-data e prontuários médicos. Além de textos de Cony que foram resultados de sua investigação que se iniciaram em 1976. O livro possui anexos com valor documental onde é pedida a exumação do corpo de Jango para verificar a suspeita de envenenamento, suspeita dominante hoje, e um outro documento super revelador, mediante ao que se criou o grande movimento Frente Ampla, radicalmente contrário aos “desejos” norte-americanos para manter aqui a sua hegemonia, não só no Brasil, mas nos outros Uruguai, Argentina e Paraguai naqueles anos finais da década de 60. O livro conquistou o segundo lugar na categoria Reportagem e Biografia do Prêmio Jabuti 2004. As mortes ocorreram dentro de um espaço de tempo muito curto, nove meses, estando no poder nos países envolvidos juntas militares frente ao que os supostamente assassinados poderiam fazer ameaçadora “frente”. O texto revela a tragédia que foi o levante militar ocorrido em 1964. No ápice da tragédia estaria um assassinato de um ex-presidente do Brasil por um Presidente do Brasil, O General Geisel, um dos generais que exerceram poder ditatorial por quase vinte anos. No livro um capítulo inteiro escrito por Anna Lee aponta para um pelego uruguaio chamado de Mario Naira Barreiro, hoje prisioneiro em Charqueadas por delinqüência financeira e política, sustenta que tem umas 40 horas de fitas, onde muita gente, inclusive Jango fala sobre conteúdos ainda mais misteriosos do que os seus próprios assassinatos. Tais fitas ainda não foram lidas. O ex-agente de crimes políticos quer dinheiro para mostrar o que diz que tem. Mas, uma coisa parece estar coerente do que depreendeu da conversa de Anna Lee com o uruguaio: Goulart foi morto a pedido do Brasil. Segundo o uruguaio, a autorização para o envenenamento de Jango partiu do General Geisel (1908-1996) e foi transmitida a Fleury, que acertou os detalhes da criminosa operação chamada de “Escorpião”, com o serviço de inteligência do Uruguai, detalhes da operação, chamada Escorpião, que teria sido acompanhada e financiada pela CIA. Cony, Um dos mais respeitados escritores brasileiros, eleito imortal da Academia Brasileira de Letras, dedicou-se á construção do texto “O Beijo da Morte” durante um ano em co-parceria dom a doutoranda em Jornalismo carioca, Anna Lee.
Carlos Heitor Cony e Anna Lee. O Beijo Da Morte. Rio: Editora Objetiva, 2003, 288 Páginas.
Tags: Conspiração, ditadura militar, política latino-americana
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Ernani Xavier
OS CRIMES DOS GENERAIS
O livro “O Beijo da Morte” dos autores Carlos Heitor Cony e Anna Lee, é um romance-reportagem que trata de mortes misteriosas de grandes políticos brasileiros e até mesmo latino-americanos, entre os quais JK, Jango e Lacerda. Segundo os autores, historiadores, estes políticos teriam sido vítimas de conspiração política internacional. De qualquer modo tais fatos ainda estão obscurecidos por falta de dados concretos verificáveis juridicamente. Enfim, quais são as reais circunstâncias em que morreram estes três grandes nomes, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Carlos Lacerda? O livro é uma excelente reportagem. Ambos os repórteres são muito respeitados como jornalistas e como historiadores o que ajuda a crer que tais circunstâncias podem muito bem ser dignas igualmente de credibilidade. Esta, portanto, pode superar em muito a ficção a que se lhe atribui. Como explica Cony, “Apesar das provas existentes, que dão como natural a morte dos três líderes, sempre duvidei das conclusões oficiais, e não apenas nesse assunto, mas na história em geral, que é uma sucessão de casos obscuros e mal resolvidos." Cony e Anna entrevistaram dezenas de pessoas, no Rio, em São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Montevidéu. Examinaram habbeas-data e prontuários médicos. Além de textos de Cony que foram resultados de sua investigação que se iniciaram em 1976. O livro possui anexos com valor documental onde é pedida a exumação do corpo de Jango para verificar a suspeita de envenenamento, suspeita dominante hoje, e um outro documento super revelador, mediante ao que se criou o grande movimento Frente Ampla, radicalmente contrário aos “desejos” norte-americanos para manter aqui a sua hegemonia, não só no Brasil, mas nos outros Uruguai, Argentina e Paraguai naqueles anos finais da década de 60. O livro conquistou o segundo lugar na categoria Reportagem e Biografia do Prêmio Jabuti 2004. As mortes ocorreram dentro de um espaço de tempo muito curto, nove meses, estando no poder nos países envolvidos juntas militares frente ao que os supostamente assassinados poderiam fazer ameaçadora “frente”. O texto revela a tragédia que foi o levante militar ocorrido em 1964. No ápice da tragédia estaria um assassinato de um ex-presidente do Brasil por um Presidente do Brasil, O General Geisel, um dos generais que exerceram poder ditatorial por quase vinte anos. No livro um capítulo inteiro escrito por Anna Lee aponta para um pelego uruguaio chamado de Mario Naira Barreiro, hoje prisioneiro em Charqueadas por delinqüência financeira e política, sustenta que tem umas 40 horas de fitas, onde muita gente, inclusive Jango fala sobre conteúdos ainda mais misteriosos do que os seus próprios assassinatos. Tais fitas ainda não foram lidas. O ex-agente de crimes políticos quer dinheiro para mostrar o que diz que tem. Mas, uma coisa parece estar coerente do que depreendeu da conversa de Anna Lee com o uruguaio: Goulart foi morto a pedido do Brasil. Segundo o uruguaio, a autorização para o envenenamento de Jango partiu do General Geisel (1908-1996) e foi transmitida a Fleury, que acertou os detalhes da criminosa operação chamada de “Escorpião”, com o serviço de inteligência do Uruguai, detalhes da operação, chamada Escorpião, que teria sido acompanhada e financiada pela CIA. Cony, Um dos mais respeitados escritores brasileiros, eleito imortal da Academia Brasileira de Letras, dedicou-se á construção do texto “O Beijo da Morte” durante um ano em co-parceria dom a doutoranda em Jornalismo carioca, Anna Lee.
Carlos Heitor Cony e Anna Lee. O Beijo Da Morte. Rio: Editora Objetiva, 2003, 288 Páginas.
Tags: Conspiração, ditadura militar, política latino-americana
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sábado, 9 de fevereiro de 2008
O VALOR DO AMANHÃ
RESENHA
Ernani Xavier
O CUSTO HUMANO E SOCIAL DA IMPACIÊNCIA
Economista e escritor destacado, Eduardo Giannetti, construiu um dos textos mais lúcidos sobre a difícil gestão do dinheiro, o livro, “O Valor do Amanhã”. Trata sobre o fenômeno dos juros como incidência sobre toda e qualquer forma de troca de capital que ocorra dentro de um dado período de tempo. Tanto incide a taxa de juros, como uma remuneração, em qualquer transferência de valores do presente para o futuro, quanto nos custos de antecipar valores do futuro para o presente. O autor refere-se a um outro fenômeno, aquele da “miopia temporal”, quando o indivíduo dá demasiada importância ao que está mais próximo no tempo e da “hipermetropia temporal”, quando é atribuído um valor excessivo ao amanhã, em prejuízo das demandas correntes, utilizando apropriadamente a metáfora da visão. O míope, com freqüência é vítima do remorso, porque o futuro chega e cobra seu preço pelo passado despreocupado e o hipermétrope padece do arrependimento pelo desperdício de oportunidades perdidas com o excesso de zelo pelo amanhã. Cita outro economista, prêmio Nobel, Schopenhauer, que assegurou: “muitos vivem em demasia no presente: são os levianos; outros vivem em demasia no futuro: são os medrosos e os preocupados”, mostrando que é incomum alguém manter com exatidão a justa medida. Também usa a metáfora biológica como recurso de explicação: a senescência é o valor pago pelo rigor da juventude: “a plenitude do corpo jovem se constrói às custas da tibieza do corpo velho...” Há um claro trade-off implícito em cada escolha intertemporal que fazemos, entre o “viver agora e pagar depois”, ou “plantar agora e colher depois”. O economista alerta para o fator instintivo fortemente presente nas crianças e nos animais que desconhecem o valor da espera e não possuem ferramentas racionais para avaliar o quanto esta pode resultar em algum valor. Neste caso, o fator desejo impõe pronto atendimento da necessidade sentida. Esta ansiedade é transferida para diversas situações da vida adulta que em que a pessoa não consegue dominar a impulsividade por meio de mecanismos racionais e entrega-se ao prazer do aqui e agora dos seus desejos de adquirir. Tais adultos minimizam ou ignoram totalmente o fator previdência tornando-se vítimas fáceis desta impulsividade. O economista adverte que a poupança de hoje é que permite o consumo maior de amanhã, quase uma lição de paciência e resignação budista. Conforme o amanhã sonhado é que é exigido o sacrifício de hoje, ensina Giannotti. Ele também alerta para o fato de que os juros fazem parte integrante da vida de todos, todos os dias. Aparecem nas intrincadas discussões sobre o crescimento econômico dos países como em detalhes mínimos do cotidiano individual. Salienta que o princípio econômico é simples e básico: o devedor antecipa um benefício para desfrute imediato e se compromete a pagar por isso mais tarde, e quem cede algo de que dispõe agora e espera receber um montante superior no final da transação. Em "O Valor do Amanhã", Eduardo Giannetti defende que esse aspecto dos juros é apenas parte de um fenômeno natural maior, tão comum quanto a força da gravidade e a fotossíntese. O fenômeno, portanto, transcende ao aspecto mercantil. Não A questão "atinge as mais diversas e surpreendentes esferas da vida prática, social e espiritual...” Destaca que desde o momento em que aprendeu a planejar sua vida, o homem tem de antecipar os seus desígnios. Mostra que, a sociedade brasileira tem tomado emprestado do futuro sem assumir condizente responsabilidade. E que é por isso que a dívida pública através do Estado beira um trilhão e meio de reais, e que a taxa de poupança é absurdamente baixa, menor que 20% do PIB. O Brasil vive, portanto, demasiadamente no presente, com seu governo inchado e assistencialista, sem a necessária poupança que se reverteria em investimentos produtivos. O próprio governo nacional age como uma criança, por impulso, para atender os desejos do momento. Quer o bônus da prosperidade sem o ônus da poupança. Quer o crescimento sem o custo da espera, e quando o resultado não é inflação ou crise na balança de pagamentos, é juros altos.
Eduardo Giannetti. O Valor do Amanhã - Ensaio Sobre A Natureza Dos Juros – Cia das Letras
Tags: Juros, poupança, planejamento financeiro
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Ernani Xavier
O CUSTO HUMANO E SOCIAL DA IMPACIÊNCIA
Economista e escritor destacado, Eduardo Giannetti, construiu um dos textos mais lúcidos sobre a difícil gestão do dinheiro, o livro, “O Valor do Amanhã”. Trata sobre o fenômeno dos juros como incidência sobre toda e qualquer forma de troca de capital que ocorra dentro de um dado período de tempo. Tanto incide a taxa de juros, como uma remuneração, em qualquer transferência de valores do presente para o futuro, quanto nos custos de antecipar valores do futuro para o presente. O autor refere-se a um outro fenômeno, aquele da “miopia temporal”, quando o indivíduo dá demasiada importância ao que está mais próximo no tempo e da “hipermetropia temporal”, quando é atribuído um valor excessivo ao amanhã, em prejuízo das demandas correntes, utilizando apropriadamente a metáfora da visão. O míope, com freqüência é vítima do remorso, porque o futuro chega e cobra seu preço pelo passado despreocupado e o hipermétrope padece do arrependimento pelo desperdício de oportunidades perdidas com o excesso de zelo pelo amanhã. Cita outro economista, prêmio Nobel, Schopenhauer, que assegurou: “muitos vivem em demasia no presente: são os levianos; outros vivem em demasia no futuro: são os medrosos e os preocupados”, mostrando que é incomum alguém manter com exatidão a justa medida. Também usa a metáfora biológica como recurso de explicação: a senescência é o valor pago pelo rigor da juventude: “a plenitude do corpo jovem se constrói às custas da tibieza do corpo velho...” Há um claro trade-off implícito em cada escolha intertemporal que fazemos, entre o “viver agora e pagar depois”, ou “plantar agora e colher depois”. O economista alerta para o fator instintivo fortemente presente nas crianças e nos animais que desconhecem o valor da espera e não possuem ferramentas racionais para avaliar o quanto esta pode resultar em algum valor. Neste caso, o fator desejo impõe pronto atendimento da necessidade sentida. Esta ansiedade é transferida para diversas situações da vida adulta que em que a pessoa não consegue dominar a impulsividade por meio de mecanismos racionais e entrega-se ao prazer do aqui e agora dos seus desejos de adquirir. Tais adultos minimizam ou ignoram totalmente o fator previdência tornando-se vítimas fáceis desta impulsividade. O economista adverte que a poupança de hoje é que permite o consumo maior de amanhã, quase uma lição de paciência e resignação budista. Conforme o amanhã sonhado é que é exigido o sacrifício de hoje, ensina Giannotti. Ele também alerta para o fato de que os juros fazem parte integrante da vida de todos, todos os dias. Aparecem nas intrincadas discussões sobre o crescimento econômico dos países como em detalhes mínimos do cotidiano individual. Salienta que o princípio econômico é simples e básico: o devedor antecipa um benefício para desfrute imediato e se compromete a pagar por isso mais tarde, e quem cede algo de que dispõe agora e espera receber um montante superior no final da transação. Em "O Valor do Amanhã", Eduardo Giannetti defende que esse aspecto dos juros é apenas parte de um fenômeno natural maior, tão comum quanto a força da gravidade e a fotossíntese. O fenômeno, portanto, transcende ao aspecto mercantil. Não A questão "atinge as mais diversas e surpreendentes esferas da vida prática, social e espiritual...” Destaca que desde o momento em que aprendeu a planejar sua vida, o homem tem de antecipar os seus desígnios. Mostra que, a sociedade brasileira tem tomado emprestado do futuro sem assumir condizente responsabilidade. E que é por isso que a dívida pública através do Estado beira um trilhão e meio de reais, e que a taxa de poupança é absurdamente baixa, menor que 20% do PIB. O Brasil vive, portanto, demasiadamente no presente, com seu governo inchado e assistencialista, sem a necessária poupança que se reverteria em investimentos produtivos. O próprio governo nacional age como uma criança, por impulso, para atender os desejos do momento. Quer o bônus da prosperidade sem o ônus da poupança. Quer o crescimento sem o custo da espera, e quando o resultado não é inflação ou crise na balança de pagamentos, é juros altos.
Eduardo Giannetti. O Valor do Amanhã - Ensaio Sobre A Natureza Dos Juros – Cia das Letras
Tags: Juros, poupança, planejamento financeiro
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