RESENHA
Ernani Xavier
UM CÓDIGO INDECIFRADO
Este livro, “Decifrando O Código Da Vinvi”, é um dentre os diversos que foram escritos em resposta ao famoso best-seller “O Código Da Vinci”, escrito pelo professor norte-americano Dan Brown. Ele considera a Igreja Católica o fruto de uma farsa. Na versão de Brown, Jesus Cristo seria um homem como qualquer. Casou. Teve filhos com Maria Madalena. A verdadeira liderança da cristandade teria inicialmente sido exercida por esta mulher. Neste texto do professor Brown, dois protagonistas seguem pistas que os conduzem a uma das “maiores conspirações da história”. Cristo seria, portanto, uma invenção romana. Todos os evangelhos seriam 84 evangelhos, mas foram publicados apenas quatro deles, aqueles que mais condiriam com os ideais dos inventores do catolicismo. Da Vinci seria um herdeiro da milícia dos templários, detentor de segredos chaves da organização católica e teria revelado alguns deles. Uma das pistas é o quadro que ele produziu, “A Santa Ceia” da qual a Virgem Maria teria participado e deveria estar na tela. Tudo o que o Código Da Vinvi revela gerou enorme polêmica nos meios literários. Um dos livros que reagiu ás revelações de Brown é o de Simon Cox, “Decifrando o Código Da Vinvi”. Neste livro o autor contesta nomes dos personagens, os locais citados na trama e analisa as obras do pintor Da Vinci citadas. Cox mostra que não seria possível a Igreja “esconder algo de nós durante dois milênios”. Ao denunciar o romance como “um embuste e um crime atroz contra as pessoas tementes a Deus". Simon Cox sustenta que "muitas pessoas sentem-se insatisfeitas com a forma como foram ensinadas a pensar e a acreditar, e um desejo de saírem da concha e de aprofundarem os mistérios da vida está a ganhar ímpeto, enquanto nos fixamos no século XXI". E conclui: "Este é o nervo à flor da pele sobre o qual saltou 'O Código da Vinci'". O livro do teólogo Simon Cox contesta, igualmente com documentos considerados válidos, as assertivas do professor Dan Brown. E a briga parece ir longe. A trama envolvente de mistério, um engenhoso apanhado de enigmas esotéricos e teorias conspiratórias sobre temas considerados relevantes como, a Ordem dos Templários e a natureza do Santo Graal ainda vão render muita literatura. Entretanto é bom que se tire o melhor proveito desta discussão: conhecer melhor a sua personagem central, Leonardo da Vinci. Leonardo da Vinci (1452-1519). Por certo não foi à toa que Brown resolveu mencionar, já no título de seu romance, o criador renascentista. Leonardo causou assombro em seu tempo e continua a fazê-lo hoje. Há mais de um milhão de páginas na internet dedicadas a esse personagem. A livraria virtual Amazon tem 9.900 livros sobre Da Vinci. Sua versatilidade era espantosa. Leonardo foi engenheiro, escritor, cientista, músico, arquiteto, escultor. Foi o melhor de seu tempo em quase todos esses campos. Foi o melhor de todos, por todos os tempos, na pintura. Há mais de 500 anos, em 1504, Leonardo podia ser encontrado diante de um cavalete dando vida ao quadro mais famoso da história, a Mona Lisa. Costuma-se dizer que ele foi um homem à frente de sua época. A se fiar em um ditado que atravessou eras, segundo o qual "o que é feito com tempo, o tempo respeita", pode-se afirmar que Leonardo da Vinci, pela eternidade de suas obras, foi também senhor do tempo. É a sensação que se tem quando se lembra que Da Vinci descobriu o princípio do automóvel, do submarino, do helicóptero, das eclusas, dos tanques de guerra, dos pára-quedas... Ele fez mais do que protótipos. Mostrou o princípio das coisas. Esta é uma dimensão importante da polêmica do Código.
Simon Cox. Decifrando o Código Da Vinci. Rio:Bertrand, 2005. 176 Páginas.
pALAVRAS-CHAVE: Catolicismo, Leonardo da Vinci, mistérios da humanidade
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sábado, 9 de fevereiro de 2008
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