domingo, 20 de janeiro de 2008

AMAR DE NOVO

UM MUNDO RECRIADO

O romance “Amar de novo” de Danielle Steel, conta a magnífica lenda de Isabella, mulher de Amadeo, herdeiro da Casa de San Gregorio, o templo maior da alta-costura italiana. Foi designer chief do império, um posto que qualquer profissional do ramo daria a vida para obter. Isabella di San Gregorio era uma rainha em cada milímetro do seu ser. Aos 22 anos já era uma mulher extraordinária e um gênio singular no setor de desenho de moda. Isabella amava Amadeo. Ele, a maior paixão de sua vida. Na verdade, Amadeo significava mais do que a sua plena realização profissional. Era o centro convergente de sua existência. Homem gentil, terno, forte. Ambos estavam ligados pelos laços do corpo e da alma. “Ver Isabella olhar nos olhos de Amadeo era vê-la desaparecer neles, mergulhar numa parte mais profunda de si mesma, vê-la crescer e voar com suas asas abertas de par em par”. As relações entre Isabella e Amadeu transcendiam o imaginável.Amadeo fazia a sua mulher “sentir-se ilimitada, mostrara-lhe o que ela era, que podia ser tudo que quisesse e fazer tudo que desejasse...” Para ela, o seu amado personificava aquele deus grego de uma centena de quadros da Uffizi em Florença, a estátua de ombros largos, cheio de graça e de indescritível elegância. Tudo em Amadeo era autêntico. “Nada havia de falso ou imperfeito, nada emprestado, nada roubado, nada irreal”. Isabelle, na sua companhia vivia a glória e o encantamento. Ambos dirigiam o seu negócio na mais poderosa mansão da alta costura de toda a Itália, com ramificações pelo mundo. Mas, os deuses do destino acharam por bem interferir no jogo. Amadeu foi seqüestrado e em plena negociação de valores e condições, foi estrangulado e morto pelos seqüestradores. A tragédia pôs à prova a capacidade de recuperação de Isabella. Primeiro foi o acordar-se do pesadelo. Depois foi reconstruir a vida, sua e do seu filho, Alessandro. Tinha negócios a recompor, laços a refazer. Agora Isabella podia clamar a todo o mundo que é absolutamente verdade que tudo é muito tênue na vida. “...Veja bem. É a mesma coisa. Nada é eterno, Isabella. Coisas boas e coisas ruins. Nós dois sabemos disso agora. Você não pode cortar uma árvore porque ela ainda não está florida. Precisa esperar, alimentá-la, amá-la. Quando chegar a hora, ela torna a reviver. ...” Não podia olhar para trás. Tudo o que era preciso agora era viver e amar de novo. A autora utiliza uma mulher forte, glamourosa, inteligente e super carismática para mostrar o quanto é possível renascer e recriar o mudo de cada um e que, adversidades são elementos estimulantes á resistência humana. Não, contudo sem as seguintes pré-condições: virar definitivamente a página, estabelecer novos e claros objetivos, persistir, influenciar outras pessoas, amar, amar muito e devotadamente. A autora emprega um estilo encantador de texto, temas fascinantes como, o universo mágico feminino, a paixão pela vida. Coloca tudo numa linguagem acessível, sutil, delicada e versátil. Trata de detalhes significativos; explora apropriadamente o drama, tragédia, surpresas, alegria, tristeza e todas as emoções que todos vivemos. Impregna o seu texto de muito romantismo, onde a mulher desempenha papéis essenciais sempre. Isto ajuda a explicar porque Danielle Steel é considerada hoje a rainha dos best-sellers em inúmeros idiomas e em mais de 140 países. Para a autora, reconstruir é uma condição de vida. É sempre preciso viver intensamente e amar de novo. Sempre, sempre.
Danielle Steel. Amar de Novo. Rio deJaneiro Record, 2007

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