domingo, 20 de janeiro de 2008

O ASSASSINO

CONFLITOS DA ALMA
Arthur Schnitzler, dramaturgo, crítico, romancista e contista, austríaco. Estudou Medicina e Psiquiatria, tornando-se amigo pessoal de Freud. Trocando, depois a clínica pela literatura, área em que consegue respeitabilidade mundial. Produziu a novela, “O Assassino”. No texto são duas as principais personagens: Alfred, um jovem doutor em direito, egresso da Universidade de Viena e Elise, uma bela jovem, empregada no comércio local. Alfred desfruta de uma vida sem nenhuma preocupação de ordem material e sem laços familiares remanescentes. Convence a noiva para deixar o emprego e ambos passam a se curtir numa relação matrimonial invejável. A rotina da relação começou a mexer com a cabeça do jovem Advogado, em especial pelo fato de um dos seus amigos mais próximos ter contraído casamento e estar passando por experiência intolerantemente tediosa, segundo ele. Este receio começou a atribular a cabeça de Alfred. Sofria com o dilema de estar ao mesmo tempo devotando muita ternura pela esposa e ao mesmo temo com a intenção de romper o casamento. Numa celebração familiar Alfred foi apresentado á bela Adele pela qual se encanta. Inicia-se uma relação de jogo duplo que lhe envolvia e causava-lhe forte e quase insuportável estresse. Elise padecia de uma doença cardíaca que não revelara antes a Alfred. Começou a ter crises com freqüência. Em princípio Alfred pensou que teria alguma relação com a situação que ele estava vivendo. Mas, foi em frente. Procurou pedir Adele em casamento pra o seu pai que, concordou, porém recomendou-lhe que fizesse uma viagem durante um ano, tempo em que o seu amor pela filha, seria posto à prova. Na volta o noivado seria confirmado. Alfred concorda. Faz a viagem para a qual convida Elise. Elise teve graves crises profundas. Alfred passou a viver terrível angústia, pois, sua comunicação com a pretendida Adele, ia se tornando muito dificultada. O conflito interno acirrou-se. Vivia uma realidade adversa por um lado e um sonho esplendoroso, de outro. Urdiu um plano que teve tudo para dar certo. Incidentes de muita surpresa foram ocorrendo na viagem marítima, no barco e nas paradas em terra, durante um longo período de tempo que durou a viagem. Os desdobramentos depois da chegada em terra também causam perplexidade.
O texto de Arthur Schnitzler é refinado em envolvente. Uma leitura agradável e divertida. A trama enleva pelo inteligente suspense. Um conteúdo psicológico que reflete a sua profunda visão psicanalítica da existência humana. Altamente revelador da intimidade da personalidade quanto às lutas internas que o homem trava para domar as suas bestas internas, necessidades contraditórias de amar e odiar e as múltiplas maneira que utiliza para expressa-las.
Arthur Schnitzler. O assassino. Texto disponibilizado na internet. Tradução de George Bernard Sperber, sem data, 80 pp.

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